terça-feira, 5 de agosto de 2025

Boas maneiras

"Boas Maneiras", sendo educação, abrange todas as áreas da formação. Inclusive - e talvez a mais principal das principais áreas - a formação cívica. Civismo inclui conhecer a Pátria, para poder sentir amor por ela. (Ninguém ama o que não conhece). Nessa área, temos a História, os símbolos, os concidadãos.

Se eu pudesse, colocaria nas mãos de todos os brasileiros, principalmente dos estudantes, o livro de Viana Moog "Bandeirantes e Pioneiros". Antes, porém, ensinaria o Hino Nacional. O Hino à Bandeira, o Hino da Independência, o Hino do seu Estado e o Hino do seu Colégio, do seu Município.

É vergonhoso não se saber cantar o Hino Nacional. Meu Deus do Céu, que vergonha.

Luís Fernando Veríssimo conta que, estudante do I e II Graus, perfilava-se com os americanos, assistia ao hasteamento e prestava juramento, diante da Bandeira, (tal como os militares) e cantava o Hino Nacional dos Estados Unidos.

Pouco importava se quem estava ali, era americano ou não: estava em solo americano, deveria amar a América do Norte.

Que inveja! Nos anos que iniciam minha vida, também eu aprendi a cantar o Hino Nacional, O Hino à Bandeira. No curso Ginasial (hoje 2º Grau Maior), o de Pernambuco. Não fazíamos juramento à Bandeira, mas, lá estávamos, de pé, eretos, atentos, respeitosos. Certos de que Pátria não é uma palavra vazia. É uma realidade que orgulha e/ou dói. É gente, é terra, é sonho, é realidade. Daí porque é anticivismo absoluto os governos ditatoriais. Porque não sabem que a coerção anula o homem, anulando a Nação que é composta de leis. É o domínio do terror, do medo, da crueldade, das torturas. Do inferno. E o pior, grossa a mais desenfreada corrupção, que depois, contamina o pais inteiro. Deixa as raízes do mal que resistem a qualquer tentativa de extirpá-las. 

Agora, é hora absoluta de civismo: partir para exorcizar os restos que nos ficaram de uma época em que se negou a Pátria, porque se negou a liberdade. Imponham coerção e uma criança. Cerceem-lhe o direito de rir, correr, gritar, cair, errar e verão que "coisa" vão criar.

Assim um povo.

Vamos formar diante da Bandeira, nossos alunos, para cantarem nosso Hino. Vamos ensinar-lhes o valor da verdadeira liberdade que é a força do amor, da compreensão, da unidade, da fé (seja qual for, mesmo estranha ao que queremos: um dia, se os deixarmos livres, poderão comparar e optar, decerto).

Ensinemos civismo, amor à Pátria e teremos governantes que se deixarão combater, pressionar, porém, serão capazes de resistir às tentações e cedências.

Aprenderam o valor maior de serviços ao povo, da cidadania, do pluralismo sadio que não divide, mas une os que "têm sede e fome de justiça."

*Professora, jornalista, escritora, cronista e historiadora.

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