domingo, 13 de julho de 2025

Saudade

José Hildeberto Martins

José Hildeberto Martins | Garanhuns, 2006

Percebo quando ela chega

deprimida, muito saudosa, 

logo tomando conta de mim.

Se estou quase cochilando,

tapeia meu sono com sua novela de época.

Implícita, vasculha meu coração

e redescobre minhas cicatrizes.

Passa o dia, passa a noite

e se vai de madrugada, clandestina, 

me deixando infeliz, no porão,

se é que já não morri.

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