Confesso que ao ler "Tecendo Versos" de Lígia Beltrão, no último número deste "Sináculo" - O Selo de um Povo, as lágrimas apareceram nos meus olhos em três momentos da leitura. Não há palavras para o agradecimento como perpetua a ética e educação de lidar com o mundo da imprensa local. Em face ao exposto, resolvi logo de início, ofertar as suas lindas palavras que vieram do seu coração quando disse através de sua inteligente ação: "Hoje, lendo o jornal Sináculo me bateu uma saudade danada de minha querida Garanhuns.
LÍGIA BELTRÃO
Folheando suas páginas, vejo alguém querido que guardo na memória do coração. Então lembro minha infância, brincando e correndo por ladeiras, o vento frio batendo no meu rosto, desgrenhando os meus cabelos, jogando bola, pulando corda, amarelinha, esconde-esconde, passa o anel, ou simplesmente, sentados na calçada cantando músicas da época, dançando e batendo palmas, tendo como plateia as noites estreladas dos dias felizes de outrora. Eu e meus inúmeros amigo: esses todos vizinhos, se foram no tampo em busca de seus sonhos... Partiram para outras bandas, eu mesma, também um dia me fui... Olho a fotografia e lembro emocionada de Ulisses Pinto e dona Socorro (esta é exatamente igual de quando a conhecia. O tempo lhe foi generosa. Para ela, não passou), quando casaram e foram morar numa casa em frente a minha. Algumas vezes estavam no portão trocando carinhos e eu olhava encantada. O amor é lindo!!
Ela, eu já conhecia, pois morávamos na mesma rua. Ele chamou minha atenção porque havia dito: Ele é jornalista, irmão de Aloísio Pinto, ex-prefeito da cidade.
ULISSES PINTO
Foi a palavra e a descoberta que me encantou pois era meu sonho ser como ele: "Um grande jornalista." Mas, eis que conheço meu príncipe e faço adormecer o meu sonho para poder segui-lo. Assim, aos 17 anos casei e fui-me embora de "minha ladeiras", constituir minha linda família, cuidar do meu "príncipe" até que Deus o transformou em uma estrela brilhante e distante, cravando no meu peito a espada cruel da saudade. E é assim que hoje sensível, emotiva e saudosa, começo a ler o "Sináculo", ávida por notícias da cidade que amo." "Diante dos meus olhos a figura ímpar de alguém que esta gravada nas páginas do livro de minha vida: Ulisses Pinto. Começo a ler sua mensagem, agradecendo a Selma (minha irmã) a justa homenagem pelo seus 65 anos de jornalismo e não consigo conter as lágrimas, pois esta se transforma em homenagem quando cita a minha querida, lutadora, e guerreira mãe, lembrando suas raízes, sua trajetória de vida, sua árdua luta do dia-a-dia para nos criar. Em meus ouvidos ecoa, agora, a cantiga da máquina de costura, seu som ritmado noite adentra, varando madrugadas.
Era a nossa cantiga de ninar. Acordávamos e ela continuava ali, transformando tecido em obras - primas para que as damas da alta sociedade (muitas costumavam figurar na lista das 10 mais elegantes da cidade), brilhavam nos salões, as misses desfilassem feito princesas, as noivas chamassem a atenção por seus vestidos e suas clientes envaidecidas levassem seu nome longe, transpondo fronteiras de outros Estados... Até mesmo à Brasília. Essa é Itamar!!! Hoje suas mãos de fada, abençoadas, cuidam de flores, "criam" orquídeas, porque as mulheres já não têm mais o bom gosto de antes, não ligam mais para exclusividade. Mas as flores há estas por serem perfeitas se integram docemente aos cuidados e brotam exuberantes, feito noivas no dia das bodas". "Mais adiante, cita o meu nome e me deixa enternecida com a "poetisa entre parênteses. Quem me dera..." A querida Lígia Beltrão no seu luminoso trabalho, tece loas apenas com o intuito de elevar a minha humilde pessoa. E é por isto que escrevi boa parte transcrevendo sua própria e emocionante crônica de fundo emocional, mesclada de alto sentido humano. Você, Lígia, demonstrou ser instrumento do maior quilate no mundo das letras. É uma pena, sua pessoa não ser uma escritora, pois faria livros de causar inveja. Ainda é tempo. É jovem, bonita e acima de tudo, é de Garanhuns, a terra do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Outra coisa, faço questão de escrever, de aproveitar o momento para tecer comentários. Trata-se de sua genitora Itamar Gonçalves de Melo, da sua irmã Selma Gonçalves de Melo - esta diretora do "Sináculo", órgão que trata de assuntos culturais. Sendo assim, digo aqui em forma de palavras: Lígia, Itamar e Selma, formam um trio que orgulha a minha querida Boa Vista - bairro de Garanhuns, e de outras plagas. E você, Lígia Beltrão é uma alavanca preciosa da literatura desta cidade de "Colinas Verdejantes", da "Cidade das Flores" que se chama, a minha terra e a sua, a nossa Garanhuns!
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