terça-feira, 15 de julho de 2025

Poema

Maurilo Campos Matos

Maurilo Campos Matos*

Quando, às vezes, me julgo como a argila,

Em deprimente opacidade imerso,

Olho o granito, onde o cristal disperso

Em pequenas partículas cintila.


Há nas coisas mais simples do universo

Uma lição de abismo que aniquila:

Esse tropel de angustia que desfila

Do pessimismo da descrença emerso.


Numa poção de argila a mão repouso

E, de repente, busco, tento e ouso

Imprimir-lhe do amor a claridade.


E, na argila conservo o olhar contrito

Quisera, como, tu, não ser granito:

Este bloco de orgulho e de vaidade.

(Garanhuns, 6 de agosto de 1965)

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