Tenho noite em quantidade
Pra despertar mil estrelas
Sinistros mundos transpus...
Rolei ferido nas pedras.
Rasguei as vestes de trevas.
Busco remendos de luz.
Tenho bastante deserto
Pra semear mil oásis.
Trago lavas como pranto
Ergui-me do chão sorrindo.
Rebentos estou pedindo
Pra remendar meus andrajos.
Tripulei nave de vento.
Encrespei tranquilos mares...
Mas, a Ti, pedir eu ouso:
Sou noite - dá-me estrelas.
Sou deserto - dá-me oásis.
Sou vento - dá-me repouso.
(Garanhuns, 10 de outubro de 1965)
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