terça-feira, 1 de julho de 2025

Envelhecer


João Marques* | Garanhuns, 28/10/2023

Não envelhecemos, apenas, quando estamos velhos. Apesar de, ao passar da infância para adolescência, parecer rejuvenescimento, o tempo implacável é o mesmo. Depois, psicologicamente, a idade mais intensa se instala. E se dá o tempo como velho. Envelhecer é natural, como tudo nas existências. Os anos, via de regra, alcançam experiência. E o que é a vida, senão a constância do conhecimento.  Conhecer,  quando  representa verticalidade e   raciocina o significado da vida, é sabedoria.

Não há nada mais verdadeiro e enriquecedor do ser humano que o saber. Na prática, é o domínio do tempo. Supera o desgaste dos anos contados, e pode, o quanto saudável, alcançar felicidade. Tudo isso, é claro, se aplica ao espírito. O corpo, enquanto físico, apenas, é um ente comparável a quaisquer outras materialidades. Entretanto, se tomado pela inteligência, pela alma, é uma entidade imortal, livre de envelhecimentos. É saudável envelhecer,  reunindo-se em uma única estação os dois extremos do tempo, o passado e o futuro, abstrações da existência que acontece e que se espera.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor.  Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.

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