segunda-feira, 28 de julho de 2025

Barro

João Marques dos Santos

João Marques* | Garanhuns

Os braços movediços do barro

me plasmaram à vida

os pés levantados do chão

o abrigo das árvores altas

a convivência tribal dos homens

o mar, as pedras e o azul


o corpo desabrocha flor

da pureza da lama e da pétala

e do domínio ínfimo do anjo

habitando perto as coisas

eu tenho o movimento cósmico

das raízes e dos galhos

amadureço a boca e os frutos

intimamente tenho o barro

que pasma a face que move

a alma castiça do chão.

*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município, foi presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Manteve, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro. João Marques desencarnou em 22 de setembro de 2024.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Compreensão

Dr. José Francisco de Souza * | Garanhuns , 10/03/1990 Associação  de elementos humanos se torna mais perfeita e mais feliz, na medida em qu...