domingo, 29 de junho de 2025

O homem e sua realidade


Jesus Campelo*

Acreditamos que uma grande parcela da humanidade ainda não tenha procurado conhecer todas as funções do seu corpo que pode ser comparado a uma máquina perfeita, dotada de infinitas possibilidades de desempenho, e, talvez, ainda desconheça  razão de sua existência, por isso, passa a maior parte da vida na busca de algo mais, visando apenas o seu engrandecimento para satisfação dos seus desejos materiais, egoísticos e de sua vaidade. O corpo físico parece servir apenas como elemento de expressão e de experiência de si mesmo, sem levar em consideração e cisão que existe entre ele o espírito, por ignorar a relação de sua verdadeira natureza e por ter uma ideia ainda confusa e pouco clara do conceito progresso de sua existência. E, mesmo assim, segundo os cientistas, o homem utiliza apenas pequena fração das possibilidades do seu corpo, pois, grande parte das células do cérebro permanece adormecida, e que sistemas glandulares importantes chegam a ter suas funções atrofiadas por não encontrarem meios para se desenvolver. Se medirmos sobre o que disse o Evangelista Mateus, "Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial", - concluímos, que grande parte da humanidade está muito distante de atingir o amadurecimento e o crescimento interior que necessita, pois, durante a vida valorizam-se mais os desejos que emanam de seus órgãos e do instinto de conservação. Mas, no ser humano existirá sempre o conflito entre o princípio do prazer e o princípio do dever. O desejo de satisfazer suas necessidades e o princípio do dever, ou princípio da realidade, se constituem em empecilhos para o ser humano satisfazer alguns de seus desejos e de suas necessidades. Assim sendo, ele fica num conflito dialético entre as necessidades de satisfazer os seus impulsos individuais, a inclinação para compreender suas imperfeições, e para praticar o bem-comum na sociedade. Essa situação, todavia, lhe constrange, porque, para satisfazer determinados proveitos individuais na sociedade em que vive, ele tem que reconhecer as suas limitações e renunciar a algumas dessas necessidades.

Entendemos que falta ao ser humano uma melhor orientação nos primórdios de sua existência, vez que, grande parte deste problema é decorrente da educação que se recebe na primeira fase da vida. Segundo a psicologia, a programação cerebral é formada pelos ensinamentos recebidos até os primeiros sete anos de idade. Segundo dados científicos, uma criança até os oito anos de idade, além da educação, às vezes, incompleta, imprecisa e incorreta imposta pelos pais, recebe centenas de milhares de admoestações negativas que vão criando no cérebro limitações, fazendo desaparecer sua genialidade. Este fato vai se perpetuando através de gerações e, a própria raça humana, como um todo, não se desenvolve o quanto poderia, não podendo por isto desenvolver seus conhecimentos e utilizar toda a potencialidade  que está contida em seu ser. Todas as crianças podem ser super dotadas se forem estimuladas para tal. Além da educação incompleta, imprecisa e, às vezes, equivocada que recebe, ao longo da vida vão surgindo em seu caminho outras preocupações que podem, por falta de conhecimentos adequados, também obstaculizar o seu desenvolvimento, tais como: - medo de receber críticas, medo de doenças, medo da pobreza, medo da velhice e o maior de todos, talvez, o o medo da morte, além de se exagerar na satisfação dos vícios que são inerentes à raça humana. Mesmo considerando todos os inconvenientes resultados do sistema de vida imposto pelos governantes e pela sociedade, o ser humano deve procurar desenvolver, acima de tudo, sua natureza espiritual, que é a sede do princípio moral e intelectual e que sobrevive à morte. Deve-se valorizar a vida em todos os seus aspectos, e aprender a conviver com os momentos adversos, pois, eles são importantes para o aprimoramento e o aperfeiçoamento espiritual. (*Jornalista e poeta | Garanhuns, 07 de fevereiro de 2003).

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