João Marques* | Garanhuns, 2005
Madrugada na sala
eu sonolento
contemplo um quadro
morrendo sem luz
e morrendo durmo
o relógio pára
o pêndulo se coloca
na vertical sem tempo
para medir eternidades
até que o galo canta
o canto ressurgente
dos que morrem
e o canto nos olhos
me desperta os sonhos.
Fonte: Livro Partições do Silêncio
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.
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