João Marques* | Garanhuns, 2009
Mares que maream
meus pés de deserto
desejosos de pisar
à eterna planura
onde os camelos cheguem
sem as corcovas feias
não seguirei mais
pelos rios itinerantes
contornando serras
sinto a fímbria do grande
e admiro estas águas
que se misturam curvas
e me oferecem espaço
por onde possa flutuar
andando sobre as ondas
até outros mares
esféricos de longe
como são os astros
estes mares do caminho
eles abrem o universo
igual abre a flor.
Fonte: Livro Messes do Azul
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, é poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município e, atualmente, é presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Mantém, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro.
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