terça-feira, 23 de abril de 2024

Sebastião Pinheiro

José Francisco

Dr. José Francisco de Souza*

Comportamento de um ser que viveu determinado pelo sentimento. Os contrastes e confrontos ordenavam certos aspectos de sua conduta. Essa aparência das coisas confundia-se com a opção de desejo de alcançar a importância de si mesmo. Isso se constatava pela variedade à busca de segurança.

A variedade que usava no sentido de consolidar um estado social condigno, era a revelação de sua capacidade em prova. Sempre concentrou suas energias à demanda de sua vontade de vencer com dignidade. Jamais usou a deslealdade afim de alcançar os seus objetivos. Sua vida pontilhada de normas racionais preenchia certas lacunas de seu universo mental.

Em pleno domínio da esperança, que para ele nunca mudou de cor, no desabrochar de sua juventude, buscou os hábitos sociais da conduta esportiva, participou como atleta de futebol vestindo a camisa alvi-negra do "Comércio Esporte Clube". Foi um elemento de destaque no seu plantel. Não fora um grande jogador, contudo era destaque indispensável do seu time. Como atleta fora nosso contemporâneo. Sempre alegre, e prazenteiro, digno de respeito pelo exemplar comportamento. Daí, o óbvio que determinou  a nossa orientação neste trabalho.

Quando se conquista o sentimento verdadeiro, o homem torna-se digno de ser lembrado pela memória de seus velhos amigos. É o nosso caso ao sentirmos o vazio de sua ausência.

Caboclo Pinheiro, como era conhecido em todos os segmentos de sua vida social, casou-se e viveu muito bem e pai de dois ornamentos da graça e da beleza da nossa terra, cujas virtudes são destaques à sociedade do Recife. Já por força dessa obrigação, buscou outras possibilidades. Melhorando o seu padrão de vida econômica. Agricultor na Fazenda paterna, alçou um voo e dominou o seu novo espaço. Na época da redemocratização do País, Caboclo Pinheiro era gerente proprietário da "Empresa de Luz" do então Distrito de Brejão, hoje cidade. A política tomava proporções assustadoras entre dois partidos: PSD e UDN. Dois candidatos colhiam a preferência do eleitorado; Dr. Luiz Guerra e Francisco Figueira. Guerra foi o prefeito. 

Aqui, na cidade das flores, Caboclo Pinheiro, participou ativamente de manifestações políticas, sociais e econômicas. Sócio da AGA, onde festejava todos os acontecimentos sociais do seu clube. Agueano cheio de esperança e de entusiasmo e na época muito estimado pelos amigos. 

Ingressou à Loja Maçônica "Mensageiros do Bem", onde se conduzia como um verdadeiro e autêntico iniciado. Muito acatado pelos seus "irmãos". Já, depois de tantas lutas, a ventura econômica deixou de lhe sorrir. No governo de Souto Dourado, passou a trabalhar em um dos departamentos da prefeitura até o final do mandato do referido Edil. A humanidade virtuosa é parte do Universo como equilíbrio das leis.

Sempre altivo e prudente, seu Espírito integrou-se à prova e quase sem visão começou a frequentar a Seara Espírita "Casa Bezerra de Menezes", onde ouvia atentamente os ensinamentos das Obras Codificadas. 

Até que foi se aproximando o dia  de sua libertação espiritual. E em dias do mês de fevereiro (1986) desencarnou. Seu corpo foi velado na Loja Maçônica e sepultado no cemitério São Miguel, nesta cidade. Era nosso amigo e da nossa família. A sua viagem nos proporciona lembranças e gratas recordações. É mais um amigo que se foi. (*Advogado, jornalista e historiador | Garanhuns, 22 de março de 1986 | Jornal O Monitor).

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